Dia das bruxas? Só se for com a Mortina
A menina-zumbi Mortina vive no Palacete Decrépito e é a protagonista da série que leva seu nome. Mas para entender os livros, é preciso ter certos atributos... Veja quais são
Focando em seu trabalho, já sabendo como a literatura preenche sua vida, quais papéis os divulgadores podem desempenhar nas atividades de fomento à leitura?
Temos que desempenhar vários papéis, principalmente o de agente multiplicador. Quando lemos os livros, conhecemos as propostas pedagógicas oferecidas por cada um deles e conseguimos contagiar e suprir as necessidades do público que almejamos.
Devemos estar sempre antenados com as mudanças e novidades de lançamentos para darmos segurança e firmeza aos leitores e usuários dos livros. Assim, devemos apoiar e suprir os professores e coordenadores em relação aos temas que norteiam e permeiam os projetos e trabalhos com as crianças e adolescentes.
Devemos criar um clima de amizade e dependência entre o trabalho do professor e o nosso, de consultor literário. Somente dessa forma assumiremos um papel realmente importante na hora de semear o gosto, o amor e o desenvolvimento do hábito de leitura.
Como você enxerga o hábito da leitura em casa e em sala de aula?
O hábito e o prazer pela leitura devem começar em casa. Penso que os pais deveriam dar muito mais importância a este tipo de atividade em família, pois refletiria de uma forma direta e positiva nos trabalhos em sala de aula. Seria prazeroso e uma excelente forma de dar atenção aos filhos.
Acredito, por experiência própria, que as crianças amam livros desde bebês. Vai dos pais conseguir aproveitar o tempo livre para incentivar este gosto. Os que que leem para os filhos e compram livros estão colaborando com o professor na realização dos trabalhos pedagógicos.
Já em sala de aula, é importante que o professor tenha uma visão de transformação e crescimento do aluno através da leitura. Um meio é fazer uso de uma literatura de qualidade, onde encontre textos e atividades que façam diferença na vida de cada aluno.
O professor que vive preso a planos de aulas, que se arrastam por anos, sem mudanças e sem atrativos para o aluno, com certeza vai gerar resultados desastrosos. Precisamos de adolescentes e jovens que leiam e que sejam transformados por essas leituras. O ser humano precisa disso para crescer de um modo geral.
De que forma os livreiros podem se preparar para se tornarem, mais do que vendedores de livros, verdadeiros divulgadores culturais?
O livreiro, assim como o divulgador, deve conhecer o produto no qual estejam oferecendo. Deve ler e orientar os leitores, promover livros de qualidade e estar sempre atualizado e antenado com os lançamentos e novidades! Além disso, é importante promover eventos com a presença de autores e ilustradores nas escolas.
Marly de Fátima Amaral Santos, livreira e minha amiga de muitos anos, é uma profissional que entende isso muito bem. Ela tem uma rotina de trabalho incansável e acaba me ajudando muito, pois é respeitada e reconhecida em muitas escolas por seu trabalho junto a professores e coordenadores pedagógicos. Sempre disponível e atenciosa, ela monta as Cirandas de Livros de uma forma consciente e eficaz. Conquistou um lugar diferenciado porque fez a diferença. A Marly é um exemplo de divulgadora cultural e seus eventos contam sempre com presença de autores, além de selecionar muito bem os livros com que trabalha.
Acredito neste tipo de profissional que não fica estagnado esperando acontecer. Orientação é a palavra-chave para nos tornarmos parceiros literários e divulgadores Culturais.
Com tanta experiência, o que você gostaria de dizer aos pais e professores que vão ler esta entrevista?
Meu recado é simples. Sempre que puderem, comprem e priorizem livros. Leiam sempre. Leiam muito para as crianças de todas as idades. Presenteiem livros, pois renderão bons frutos. Façam da leitura um motivo para se reunir. Montem em casa um “cantinho feliz” ou uma biblioteca no quarto das crianças. A imaginação e a criatividade vão de encontro a tudo aquilo que a família precisa: amor e atenção.
Aos professores, aproveitem a oportunidade que vocês têm de estar com tantas vidas e com tantos coraçõezinhos cheios de sonhos e desejos de conhecer o mundo. Façam disso uma experiência única e inesquecível para cada um deles.
Obrigada, Josane! Foi um prazer conhecer um pouco mais sobre você e uma felicidade saber que contamos com você no Rio de Janeiro, nesse processo lindo e firme que é levar a boa literatura para as crianças do Brasil.
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Sim, há muitas dicas que podem ajudar a fazer a mediação de livros para bebês. Mas o principal é estar realmente presente - e conectado com a criança e com o livro