
Diários do isolamento #32
23/04/2020A palavra “triste” apareceu seis vezes nos meus diários anteriores. “Raiva”, três vezes. Mas é preciso escutar o tom dos textos, as notas, entender os arranjos, aprender os acordes.
A palavra “triste” apareceu seis vezes nos meus diários anteriores. “Raiva”, três vezes. Mas é preciso escutar o tom dos textos, as notas, entender os arranjos, aprender os acordes.
Nos dias 24, 25 e 26, dez autores da Companhia das Letras participaram de uma série de bate-papos on-line sobre ficção nacional. As lives estão disponíveis no nosso canal no YouTube. A programação completa você encontra aqui.
"Cada ação do presidente nesse momento que estamos passando afeta diretamente a nossa realidade."
"O susto do degrau a mais, o degrau de menos. Voltar a andar no chão depois de andar numa esteira rolante. Baques seguidos de baques."
"A gripe gera o mesmo estado de exceção da quarentena. A canja de galinha no fogão, o chá fervido e os livros debaixo do abajur ganham uma aura distinta."
"Olhar o futuro próximo com otimismo me deixaria enrolada na vulnerabilidade. Prefiro não me deixar abraçar pelo otimismo, porque então meu corpo terá menos movimento. E quanto mais alta a esperança, mais difícil enxergar o outro lado."
"No dia 8 de junho de 2017, um dia após meu aniversário de 23 anos, sentei no Villarino, tradicional restaurante no Centro do Rio de Janeiro, para entrevistar Luiz Alfredo Garcia-Roza para o site da revista piauí. Sua esposa, Livia, havia anunciado no Facebook que ele entregara os originais do livro novo. Almoçamos e passamos a tarde inteira em seu escritório, na outra ponta do quarteirão". Confira a homenagem de Mateus Baldi ao escritor Garcia-Roza, que faleceu nesta quarta-feira.
"Entrando dessa forma em nossas vidas, Luiz Alfredo trouxe à Companhia sua simpatia e bondade. Adorava seu novo ofício de escritor de romances policiais, para onde canalizava toda a generosidade que aprendera com os grandes filósofos. Seu olhar para os personagens era esse, cheio de humanismo, como se não se pudesse ser um grande escritor de policiais sem ter sido um mestre em filosofia."