Diário da Flipinha 2025 dia #1

01/08/2025


Quinta-feira, 31 de julho, foi o primeiro dia oficial da 23ª edição da FLIP, Festa Literária Internacional de Paraty. E teve uma programação intensa. Os selos infantis Companhia das Letrinhas, Brinque-book e Pequena Zahar, ganharam um espaço amoroso, aconchegante, colorido e repleto de poesia: é a Casa Toda Poesia, inspiradíssima nas obras de Paulo Leminski, o autor homenageado da edição da festa que para o Centro Histórico de Paraty, no Rio de Janeiro.

Casa Toda Poesia na Flip

A Casa Toda Poesia na Flip 2025: um cantinho para celebrar Leminski e a poesia

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O primeiro evento do dia foi a batalha de ilustradores. As autoras Paty Wolff (de Azul Haiti, Companhia das Letrinhas, 2025) e Janaína Tokitaka (de Almoço de Família, Companhia das Letrinhas, 2023) protagonizaram um combate de ilustrações a partir das leituras realizadas por Sofia Mariutti (de Vamos desenhar palavras escritas?, Companhia das Letrinhas, 2023). Sofia leu trechos de O bicho alfabeto (lançado em 2014 com poemas de Leminski e desenhos de Ziraldo),  e as artistas tiveram que fazer um desenho em determinada duração de tempo (menos de 1 minuto!). Tudo sem combinado algum! “Além do tempo, as ilustradores têm suas técnicas, seu material, mas aqui o desafio é usar papel flipchart branco, gramatura ‘ok’ e canetões coloridos!”, se empolgou Julio Brugnari, da equipe de comunicação da editora. Para além disso, as autoras ficaram para autógrafos. A Casa Toda Poesia ainda é espaço de outras programações, como saraus. 

 

A batalha de ilustradoras na Casa Toda Poesia

Sofia Mariutti, Paty Wolff, Janaína Tokitaka e Claudia Flor D'Maria na Casa Toda Poesia

 

Mais tarde, Carol Fernandes (de Terra, Companhia das Letrinhas, 2024), Fernando Nuno (de O quintal da minha casa, Companhia das Letrinhas, 2024), Rafaela Deiab, Tieza Tissi e Clara Gavilan (de Berço, balanço, colinho, neném, Brinque-Book, 2024) se reuniram na mesa Quintal das Infâncias, com mediação de Waldete Tristão (de O quintal das irmãs, Pequena Zahar, 2024). O encontro aconteceu na Livraria das Marés, e levantou a necessidade de pensar em infâncias - sim, no plural! - para considerar a multiplicidade de infâncias existentes e trazê-las para os livros. 

“A linguagem do meu trabalho hoje tem a infância como força - mas não quer dizer que ela vai se apresentar da mesma forma em todos os livros. Vai ter livros que são mais melancólicos, vai ter livros mais lúcidos, livros que falam mais de festa ou mais de morte… As infâncias cabem em todas as temáticas e formas de representações dessas vivências”, refletiu Carol Fernandes. 

Quando perguntada sobre o que define a infância, Clara Gavillán falou sobre a perspectiva do bebê retratada em Berço, balanço, colinho, neném. “Acho que quando eu penso em infância, penso muito em observação, em presença. As crianças têm um olhar muito curioso, elas olham mesmo. São muito presentes. Em Berço, balanço, colinho, neném tem muito do cotidiano, do explorar, do observar  universo dentro de casa, da rua. Nos meus livros, eu trago esta minha observação do cotidiano delas e como elas chamam a gente para estar presentes no mundo”.

O último evento com autores da casa foi a conversa intitulada Hora do Sonho, que teve lugar na Central Flipinha, e reuniu Gregório Duvivier (de João Pestana, Companhia das Letrinhas, 2023) e Antônia Gomes Michoni. Gregório logo no início contou como o teatro o ajudou a superar a própria timidez e encontrar no humor um propósito. O ator subiu no palco pela primeira vez aos 9 anos e quando se apresentou, com sua vozinha fina de então e seu nome pouco comum, as crianças começaram a rir. “Eu estranhamente gostei de ver as pessoas rindo da minha cara. No teatro descobri a delícia de fazer rir. Entendi que o riso era uma forma de gerar laço entre as pessoas”, compartilhou. 

Gregório conversou logo depois da mesa com o Blog Letrinhas e contou que começou a escrever para crianças por conta de suas filhas, Marieta e Celeste.  “O João Pestana é uma história específica para adormecer - mas é melhor não contar isso para as minhas filhas. Tem uma tecnologia adormecedora. Tanto é que é um mito milenar porque ele funciona, ele alcança esse objetivo que é… fazer dormir”. Gregório ainda falou ao Blog Letrinhas sobre o humor como porta de entrada para literatura. E já que a Flip é também para pensar sobre literatura, te convidamos a pensar: qual foi a sua porta de entrada para a literatura?

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