
Casa Toda Poesia: Celebrando Paulo Leminski na Flip 2025
Espaço da Companhia das Letras será ponto de encontro para leitores e autores, com programação para todas as idades e uma loja com livros e produtos exclusivos
Cronista da língua e da literatura, além de ficcionista e colunista da Folha de S.Paulo, Sérgio Rodrigues viu seu antigo projeto de escrever um livro sobre escrita, que vinha tocando sem pressa, ganhar uma urgência dramática: de repente, a inteligência artificial generativa tornava possível criar num instante um texto melhor que o da imensa maioria dos escribas humanos. Estaria a milenar tradição da escrita literária condenada a desaparecer?
Essa pergunta norteia seu novo livro, Escrever é humano, publicado pela Companhia das Letras. Adepto da troca de passes, o autor de O drible passa a palavra a outros autores, de Anton Tchékhov a Clarice Lispector, de Jorge Luis Borges a Chimamanda Ngozi Adichie, além de revisitar livros clássicos sobre escrita para tecer sua linha de raciocínio sobre o tema cada dia mais atual.
Aqui, o autor defende que escrever literatura é trabalho de gente, por mobilizar tanto a inteligência quanto outras dimensões da vida, intuição e desejo incluídos. Das limitações do escritor robô, deriva então uma pedagogia em negativo: o contrário do clichê é aquilo que se descobre ao escrever.
A questão da busca da "voz própria" é tratada com brilho, ao lado de aspectos técnicos como precisão vocabular, ritmo, pontuação, trama e pessoa narrativa. Erudito e cheio de humor, o livro se ocupa também de dimensões mais mundanas, como o impacto da escrita sobre a vida íntima de quem escreve (e vice-versa), e sociais, com sua carga ética e política.
Às vezes desconcertante em sua candura confessional, seu livro se ocupa também de dimensões mais mundanas, como o impacto da escrita sobre a vida íntima de quem escreve (e vice-versa), e sociais, com sua carga ética e política. Sérgio Rodrigues nos convida a compartilhar de seu amor pela arte literária. Se não oferece fórmulas mágicas, aponta um caminho para a escrita humana: aquele que se faz ao andar, uma palavra depois da outra.
Escrever é humano é um livro original e apaixonado, dirigido a todos os que amam literatura e sentem curiosidade pelas engrenagens que movem a imaginação leitora. Sem ser exatamente um manual, também está repleto de insights para quem escreve ou deseja escrever, além de ser um manifesto humanista.
O prefácio do livro está disponível para download e leitura neste link. Desejamos a todos uma boa leitura!
Do autor, a Companhia das Letras também publica o romance O drible, livro do ano no prêmio Portugal Telecom (atual Oceanos), A vida futura, finalista do Jabuti, e Elza, a garota, entre outros livros. Seu repertório também inclui contos como O homem que matou o escritor e A visita de João Gilberto aos Novos Baianos. Na não ficção, além de Escrever é humano, também lançou Viva a língua brasileira! e, como organizador, Cartas brasileiras.
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