
Dia das Crianças: veja quais são os livros que fazem mais sucesso por idade
Não sabe que livro escolher para presentear as crianças? Confira as obras mais vendidas por idade
Na literatura infantil, a infância é retratada de diferentes formas. Sim, há muitas infâncias nas histórias. Assim como há muitas infâncias pelo Brasil. Algumas histórias contam sobre como a ancestralidade é capaz de criar raízes ainda na infância. Outras, nos lembram como a imaginação fluía sem amarras nessa época. Outras falam do ordinário que se torna mágico: transformando quintais em reinos, trazendo encantamento a momentos banais, transformando objetos em brincadeiras de todos tipo.
Veja livros que narram a infância com sensibilidade, poesia e esperança:
É na escrita deste poeta matogrossense que mais conhecemos e sentimos o quintal como um lugar tanto da peraltagem quanto da poesia. Esta edição que se trata de um relançamento após a morte de Manoel de Barros, em 2014, vem acompanhada de um doce projeto gráfico com traços de dois ilustradores: Fernanda Massotti e Kammal João. Neste compilado de poemas, as perguntas das crianças que veem um mundo com liberdade “e se o avião tropicar num passarinho?”, ou as constatações das vidas como “o menino era ligado em despropósitos” em que sentenças belas vão sendo ditas “meu filho você vai ser poeta. Você vai carregar água na peneira a vida toda”.
O quintal testemunha a infância de duas irmãs. Suas brincadeiras, seus olhares, o passar mais devagar do tempo em uma atmosfera com um quê de sonho. Uma narrativa sensível que traz o encantamento de um brincar livre, em um território sagrado que protege a intimidade que só duas irmãs compartilham.
Poderia ser um almoço de domingo qualquer. Mas não para Martim e seu cachorro Fubá. A imaginação do menino extrapola os limites do quintal de seus avós, conduzindo-o a aventuras impensáveis: o encontro com um navio pirata, o embate com um dragão… Tudo isso, enquanto a macarronada está na mesa.
Júlia e Tulipa são melhores amigas. E o quintal é o reino onde as brincadeiras delas florescem. Mas é mais para os fundos do quintal, onde tem uma casinha azul, que o grande rei da brincadeira vive. É o tio de Júlia, com quem ela compartilha a alegria de encontrar miudezas e a esperteza para mistérios.
A savana é o grande quintal da pequena Obax, que vivia solitária naquela paisagem tão erma. É verdade que ela experimentava muitas aventuras… mas mantinha o que vivia só para si, porque ninguém acreditava nela. A menina decide então sair pelo mundo, nas costas do elefante Nafisa, um elefante que, como ela, vivia sozinho na savana. E juntos, eles dão a volta ao mundo!
Enquanto a mãe precisa trabalhar, Lulu começa a revirar as caixas da mudança para se distrair… E não é que neste exercício, ela acaba criando sua própria brincadeira? A cada novo objeto encontrado, mais graça e mais camadas o jogo de Lulu vai ganhando. Uma narrativa que mostra com delicadeza o encanto que se encontra na simplicidade de se deixar criar.
Neste livro-imagem poderoso, acompanhamos os altos e baixos das aventuras de um pequeno viking… Ele enfrenta dragões que cospem fogo, atravessa labaredas flamejantes, escapa de monstros marinhos… mas, sem aviso, a aventura termina. Uma obra com final surpreendente que convida o leitor a se identificar com o sabor de quero mais que a infância tem.
São quatro livros: A garrafa (Brinque-Book, 2023), A panela (Brinque-Book, 2023), O lenço (Brinque-Book, 2022) e O jornal (Brinque-Book, 2022). Em todos, os objetos cotidianos que dão nome às obras são transformados graças ao poder da imaginação que flui sem amarras. Uma garrafa se converte subitamente em uma tromba de elefante. Uma panela pode se transformar em diferentes instrumentos musicais. Um lenço vira manto real. E um jornal pode se transfigurar em prancha de surfe - mesmo longe do mar. Uma coleção sensível baseada nas próprias lembranças de infância da autora, que gostava de explorar livremente os mais variados objetos.
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Quando se cresce em uma família onde sempre cabe mais um à mesa, é possível acreditar que o amor só se multiplica. É assim na família de Maya. à medida em que vamos acompanhando o crescimento da menina e vendo como mudam seus gostos e preferências, as configurações da família dela também vão se alterando e ampliando aquilo que se entende por família.
Orion tem dois pais - e muito afeto. Ele sempre sentiu o amor pelas mãos deles, que o cuidam e protegem. Mas nem todo mundo entende que o amor pode ter formas diferentes. E quando o menino sofre uma retaliação de seus colegas na escola por conta da configuração de sua família, ele encontra outras mãos que o nutrem e protegem: as da professora Glorinha.
Luanda está animada para a grande festa que vai acontecer no terreiro! Mas no caminho, percebe que está sendo seguida. E é profundamente ofendida por Edu, que desrespeita a religião dela. Mas com convicção e coragem, a menina convida Edu a conhecer melhor aquilo que ele não entende, mostrando o caminho para combater todo tipo de preconceito.
Era uma vez uma pequena rainha que constrói sozinha seu próprio castelo e não vê a hora de chamar seus amigos para brincar nele - desde que eles sigam as regras dela. A história desemboca em um divertido tangolomango, uma brincadeira em que a cada rodada um participante é eliminado, até que a pequena monarca sobra sozinha em seu vasto reino. E aí, ela renuncia a seu palacete para conquistar o que toda criança mais quer: companhia para brincar!
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Já imaginou viver em um reino em que cada dia todo mundo é obrigado a seguir uma regra diferente? Assim é a vida de Clarice. Tudo depende do que o rei proclamar! Tem dia de soltar pum com a boca, de imitar bicho… Até que chega o dia em que todo mundo também pode ser rei ou rainha por um dia. O que será que acontece quando todo mundo pode reinar?
Aprender a dividir não é uma tarefa das mais simples - especialmente para os pequeninos. A história começa com um retumbante: “É meu”, com a menina se agarrando a seu boneco. Ela é quem decide. Não tem conversa. É dela e ponto. Mas, nada como uma certa distância para repensar os próprios limites...
É do ponto de vista do bebê que a rotina se registra nas imagens coloridas que estampam as páginas. O quartinho visto do berço, a porta que dá para a rua onde o carrinho espera, o passeio na pracinha. Os ritmos que marcam um dia comum adquirem certa poesia na cadência do texto preciso e o afeto se evidencia em cada gesto do cuidar.
Um dia comum pode ser cheio de acontecimentos importantes para Lelê. Brincar no tanque de areia com os amigos, levar o cachorro Pagode para passear junto com o papai, comer melancia na feira com a mamãe, depois ir para a escola com a vovó… Quanta coisa e quanta gente cabe no dia da pequenina, em que a experiência do cuidar é coletiva.
A terra nutre. E é por meio da relação que a avó tem com a terra que entendemos sua forma de manifestar afeto pela neta. A menina não colhe palavras ou gestos explícitos de carinho. Mas a avó semeia seu afeto no terreno do não-dito: na semeadura, nas máscaras que produz com barro, na preservação das raízes que unem a família.
Em meio à guerra, as oliveiras ainda crescem, as pipas ainda cruzam os céus, a bola ainda rola. Em meio à guerra, as crianças ainda brincam - a infância resiste. Em uma obra corajosa e sensível, tempos difíceis são narrados com esperança.
Pessoas e bichos, bicicletas e mato, campinho e céu. O que se vê da janela é o retrato da vida em um morro do Rio de Janeiro. Enquanto as casas que se aboletam umas sobre as outras, os vizinhos se debruçam nas janelas para conversar. Há som, há movimento, há vida. Há beleza na vida no morro. Mesmo em meio à dureza.
Três meninas. Em três tempos diferentes unidas pela mesma rotina: o caminho para a escola. Os paralelos que se traçam entre as três diferentes gerações nos convidam a refletir sobre legado, memória e os caminhos que tantos percorreram antes de nós mesmo.
A menina Biguru sempre foi muito ligada à avó, Suzana, que acabou se tornando uma das grandes saudades de sua infância. Quando Biguru mergulha nas lembranças dessa época, sente o gosto do cuscuz com leite de côco e as mãos molhadas no barro e se surpreende ao reconhecer toda a potência escondida no corpo miúdo da matriarca da família.
Tuiupé é uma cunhãtaí que aprendeu uma porção de coisas num tempo distante, quando os povos originários viviam em segurança. Do auge de sua infância, vivia com o pai, o Pajé Saracura, que tinha um bonito maracá, um objeto sagrado de cura. Ela foi fazer o seu próprio instrumento e algo importantíssimo levou-a ser "a menina que é pajé".
(Texto: Naíma Saleh com colaboração de Cristiane Rogério)
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A autora revela os bastidores do novo livro, conta da inspiração para criar a protagonista e divide as alegrias de experimentar novos processos criativos
Neste dia dos professores, André Gravatá presenteia os educadores com um texto-inspiração que homenageia a poesia que faz parte de aprender e de ensinar - e que é capaz de transformar a escola!