Livros para celebrar a cultura indígena

11/08/2025

15 de agosto é o Dia Internacional dos Povos Indígenas, uma data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), coincidindo com o dia da primeira reunião de trabalho sobre a situação dos povos indígenas realizada em 1982. A ideia da data é sensibilizar o mundo sobre a situação e os direitos dos povos originários e também sobre a importância de suas culturas. 

E é claro que a literatura pode ser um caminho para se aproximar de todo esse universo, apresentando os costumes, as crenças, as formas de ver o mundo e de estabelecer conexões entre pessoas e com a natureza que fazem parte das muitas formas de ser indígena. Para marcar a data, selecionamos livros que falam das histórias, dos fenômenos, das trocas e ilustram a pluralidade de experiências dos povos originários. Livros que trazem formas de narrativas outras, que muitas vezes desafiam a lógica à qual estamos acostumados. Confira:


Biguru (Companhia das Letrinhas, 2025), de Eva Potiguara com ilustrações de Lumina Pirilampus

Ilustração de Biguru

Biguru é uma menina curiosa, que tem um laço profundo com sua avó, Suzana. A matriarca deixa a menina maravilhada por revelar tanta potência escondida em um corpo tão miúdo e acaba se tornando uma de suas lembranças mais marcantes da infância. O livro registra essa volta ao passado de Biguru, marcado por gosto de cuscuz  com leite de coco, som de canto de cigarra e mãos molhadas de barro. 


Maqueira de tucum (Pequena Zahar, 2025), de Márcia Kambeba e Michelle Cunha 

Ilustração de Maqueira de Tucum

Uma história sobre contar histórias. A maqueira que dá nome ao livro é um tipo de rede, que na aldeia Tuyuka não é apenas lugar de sono e descanso: é fonte de novas ideias. Nesta história, a jovem Emoa era grande narradora de sua tribo, até se tornar vítima fatal de uma epidemia. Em seu túmulo, começa a crescer uma palmeira chamada tucum. E a mãe de Emoa traça com a fibra da planta a maqueira que dá contornos a toda essa narrativa.


Sou indígena! (Companhia das Letrinhas, 2025), de  Cláudia A. Flor D'Maria com ilustrações de Raquel Teixeira

Capa de Sou indígena!

Neste poema-manifesto, publicado como parte da Coleção Canoa, que oferece literatura de qualidade a preços acessíveis, a narradora constrói uma grande celebração de sua origem. Somos envolvidos pelo texto, que amplia nosso entendimento sobre o que ser indígena representa, na relação com a natureza, com o grupo, com o planeta.


A pororoca (Brinque-Book, 2024), de Claudia Flor D'Maria com ilustrações de Liu Olivina

Ilustração de A pororoca

O encontro entre as águas do rio com as águas do mar, que dá nome ao livro, faz parte da vivência das populações ribeirinhas, deixando todo mundo "mundiado", ou seja, assombrado, arrebatado pela potência do fenômeno. E, página a página, observamos todo o entorno que cerca esse evento: há açaizais e andirobas; há tucanos e jiboias. E há também as criaturas encantam que orquestram esse mistério, como o boto e a Mãe D'Água.


Originárias - uma antologia feminino de literatura indígena (Companhia das Letrinhas, 2023) com organização de Maurício Negro e Truduá Dorrico e ilustrações de Maurício Negro

Capa de Originarias

Nesta antologia organizada pelo autor, ilustrador e pesquisador, Maurício Negro, e lindamente ilustrada também por ele, estão reunidas histórias de 12 autoras indígenas sobre os mais diversos temas. Há relatos de sonhos, histórias de vivências em família, contos sobre amizade, tudo com um pé na realidade e outro na ficção. Para dar suporte aos leitores, há um glossário e também biografias curtas que apresentam as autoras. 


Aldeias, palavras e mundos indígenas (Companhia das Letrinhas, 2019), de Valeria Macedo com ilustrações de Mariana Massarani

Ilustração de Aldeias, palavras e mundo indigenas

Vestimentas, jogos, alimentos. São os elementos próprios da cultura que guiam uma viagem entre quatro povos indígenas diferentes - os Yanomami, os Krahô, os Kuikuro e os Guarani Mbya. Todos vivem no Brasil, mas cada um tem uma identidade e formas próprias de habitar a floresta. Com muitas curiosidades, é um desses livros para prestar a atenção e encontrar nos detalhes semelhanças e diferenças entre as tribos.

 

Kujan e os meninos sabidos (Companhia das Letrinhas, 2024), de Ayrton Krenak e Rita Carelli 

Ilustração de Kuján e os meninos sabidos

Quando o próprio criador decide descer à Terra para ver de perto suas criaturas, ele assume a forma de um tamanduá. E o  povo da aldeia fica feliz com a visita do bicho… por pretenderem transformá-lo em jantar! A exceção são dois meninos sabidos, Roti e Cati, que rapidamente percebem de quem se trata e protegem o próprio criador do apetite de suas criaturas.

 

 

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