A literatura não precisa necessariamente servir para alguma coisa. Mas às vezes serve a uma causa.
Entre a escrita e o ativismo, alguns autores acabam criando obras que se consagram como manifestos de pautas urgentes: justiça climática, igualdade de gênero, equidade racial. E alguns ativistas transformam também seu compromisso com pautas sociais e ambientais em livro. Confira os autores que colocam a literatura a serviço de uma causa e os ativistas que escrevem para inspirar mais pessoas a lutarem por mudanças:
Greta Thunberg

A menina sueca que mobilizou uma greve geral pelo clima se tornou símbolo da luta pela preservação do planeta, discursando no Fórum Econômico Mundial em Davos, no Congresso Americano, nas Nações Unidas. Há quem possa pensar que ela tenha desaparecido da mídia nos últimos por estar parada…mas ela nunca esteve tão ativa. Só que agora, sua causa é ainda mais ampla: Greta entende que justiça climática não se faz sem justiça social. Como autora, ela publicou O livro do clima (Companhia das Letras, 2023) com tradução de Claudio Alves Marcondes. E Greta também virou personagem de sua própria história no livro Ninguém é pequeno demais para fazer a diferença - O chamado de Greta Thunberg para salvar o mundo (Companhia das Letrinhas, 2020), de Jeanette Winter com tradução de Lígia Azevedo.
Nikkolas Smith

Nascido no Texas, EUA, é um celebrado artista visual e autor bestseller do New York Times, que se autodenomina um “artivista”. Isso porque usa a sua arte para inspirar as pessoas a mudar o mundo. Seu primeiro livro publicado no Brasil, O artivista (Companhia das Letrinhas, 2025), sintetiza algumas das causas que Nikkolas defende: combate à violência armada, luta por um planeta mais limpo, proteção das florestas, representação da comunidade, mais justiça social. LGBTQIA+. Em entrevista ao Blog Letrinhas, ele falou sobre o livro sobre arte e sobre a importância de mobilizar as crianças a serem também ativistas pelo planeta.
Kiusam de Oliveira

Ativista do Movimento Negro Unido (MNU) e feminista, é pedagoga, doutora em educação e mestre em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Escreve dentro do que ela mesma chama de “Literatura Negro-Brasileira do Encantamento Infantil e Juvenil”, buscando a conexão com as crianças e jovens por meio do resgate da ancestralidade, apresentando mitos, personagens, valores e perspectivas de mundo próprias da cultura africana e afro-brasileiras . Além de questões étnico-raciais, seus livros abordam também questões de gênero. Suas obras publicadas pelo Grupo Companhia das Letras são: Omo-Oba: histórias de princesas e príncipes (Companhia das Letrinhas, 2023), com ilustrações de Ayodê França; Mãos (Companhia das Letrinhas, 2024), com ilustrações de Natália Gregorini; Tayó em quadrinhos (Companhia das Letrinhas, 2021) com ilustrações de Amora Moreira e Kayodê em quadrinhos (Companhia das Letrinhas, 2025), também com ilustrações de Amora Moreira.
Chimamanda Ngozi Adichie

A consagrada autora nigeriana ganhou ainda mais notoriedade quando um discurso seu realizado em um TEDx se transformou em livro: Sejamos todos feministas (Companhia das Letras, 2015). A autora contou sobre a primeira vez que foi chamada por alguém de feminista”, disparando reflexões sobre o que representam e como são construídos socialmente os papéis de gênero. O texto também ganhou uma adaptação para crianças a partir de 10 anos, Sejamos todos feministas (versão de luxo) (Companhia das Letrinhas, 2021), com ilustrações de Aju Paraguassu e tradução de Cristina Baum. De forma poética, Chimamanda escreveu também seu primeiro livro infantil: O lenço de cetim da mamãe (Companhia das Letrinhas, 2024), que trata com ternura da relação mãe e filha e do poder dos símbolos e tradições transmitidos de geração em geração.
Ana Clara Moniz

O desejo de contar as histórias de pessoas com deficiência foi o que despertou a vontade de se tornar autora em Ana Clara Moniz (confira a entrevista publicada com ela pelo Blog Letrinhas). Jornalista de formação, ela se tornou uma influenciadora nas redes sociais, trazendo visibilidade para o dia a dia de pessoas que convivem com algum tipo de deficiência - seja ela visível ou não. Em ABPcD - Letras infâncias a vidas de pessoas com deficiência (Companhia das Letrinhas, 2024), escrito em parceria com Lígia Azevedo e ilustrado por Bruna Assis Brasil, conhecemos 26 histórias da infância de pessoas com deficiência “que fizeram algo muito legal”, como explicou a própria autora.