A fantástica biblioteca dos bebês
Muita gente não sabe nem por onde começar a escolher livros para bebês. E não há uma única resposta. Mas há caminhos quando o norte é o afeto e o apreço pela literatura
Ela passava por uma casa, saía uma mãe. Um pouquinho mais à frente, uma babá... "Isso começou a me inquietar", lembra.  "Estávamos todos indo para o mesmo lugar".
Deu uma olhada no endereço de algumas das famílias e descobriu que havia muito mais crianças morando nos arredores da escola do que aquelas que ela via diariamente.
"Como será que todos eles vão à escola?", começou a se perguntar.
Foi então que Carol teve uma ideia: conversou com uma mãe que ela conhecia e que ia a pé para a escola e propôs criarem um grupo piloto de famílias cujas crianças fossem caminhando, cada dia "de carona" com um ou mais adultos.
Foi assim que surgiu a ideia para o Carona a pé - Caminhando juntos até a escola, que ajuda famílias e escolas a organizarem grupos e rotas para fazer um ir e vir andando até a escola.
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O piloto foi um sucesso. Tanto que virou assunto entre os alunos todos -- mesmo entre os que ainda não faziam parte desse grupo inicial -- e a escola resolveu compartilhar a experiência com as crianças em uma assembléia.
Dessa conversa, surgiram muitas ideias, vindas das próprias crianças. Ideias que até hoje fazem parte do projeto e dos pilares e regras que orientam as caronas.
A partir desse interesse, outros pais foram se juntando ao grupo, a escola encampou a ideia, e Carol foi organizando a experiência original com essas novas experiências.
Por exemplo, conta ela: "um aluno queria participar, mas morava longe. Ao manifestar sua frustração numa conversa coletiva, ouviu uma ideia de outra criança: 'e se você vier de carro até a casa de um colega que participa e, desse ponto em diante, fazer o trajeto a pé?'".
Essa sugestão inspirou o grupo, que criou pontos de encontro, para que mesmo quem morasse mais longe pudesse participar das idas a pé para a escola.
As crianças amaram, claro! "Não tinha um dia em que não chegassem na escola contando alguma coisa incrível que tinham visto ou feito", lembra Carol.
A ideia cresceu e, hoje, Carol e sua sócia criaram um empresa, que implementa o Carona a pé em qualquer escola que deseje.
O processo é simples: basta ter o desejo. O Carona a pé visita a escola, conversa com a comunidade escolar, checa interesses e endereços, realiza os processos formativos e os primeiros trajetos.
"Nossa missão é formativa. Formamos pessoas nas escolas que possam continuar gerindo o projeto com as famílias novas que forem chegando", conta ela.
Elas atuam em escolas públicas e privadas em São Paulo, vão implementar em 15 escolas municipais em Sorocaba -- SP -- e também atendem escolas municipais em Belo Horizonte -- MG.
Cada grupo e roteiro define a quantidade de crianças e de adultos por grupo. Carol conta que tem adultos que levam até seis crianças. E tem outros grupos em que há menos crianças ou mais adultos, a depender das necessidades de cada um.
O roteiro -- e o grupo -- é definido pelos endereços e pelos trajetos de quem deseja fazer parte. Aí combinam horários, pontos de encontros e recebem, do Carona a pé, os kits, como os coletes de identificação.
"Os pais podem combinar e revezar a carona. Ao invés de um adulto responsável apenas, podem ser vários, um por dia", comenta Carol.
É comum ter aquele dono de loja que facilita o uso do banheiro no caminho, ou quem pare para falar com as crianças. "Ninguém fica indiferente a uma turma de crianças andando juntas pela rua", diz Carol.
Tem até a história de um menino que, para comprar figurinhas, faz questão de ir até a banca do "seu Osmar", que ele conheceu das idas e vindas na escola.
"A mãe contou para a gente que ele só vai nessa banca porque diz que o Osmar é amigo e sabe todos os gostos dele, fala bom dia, cumprimenta".
Nas cidades grandes, em geral, vivemos isolados. Mas precisamos desse senso e comunidade, especialmente as crianças. Andar a pé e com algum vagar nos ajuda a reparar mais nas pessoas que nos cercam.
Para os dias em que chove, o Carona a pé recomenda um kit especial com galochas e capa de chuva. "As crianças todas chegam nas escolas contando sobre as poças em que pularam. É um acontecimento".
De outro lado, deixar o carro em casa nesse trajeto significa reduzir as emissões de CO2 equivalentes a nada menos que duas árvores por ano!
As naturezas -- a nossa e do planeta -- ficam gratas!
 
 
 
 
 
     
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