De frente com Socorro: uma entrevista com o elefante Gildo

01/10/2025

Há 15 anos, nascia o elefante que se tornaria um ícone da literatura infantil: o Gildo! 

Um paquiderme corajoso (mas não tanto), tímido e com um montão de amigos que conquistou as crianças pela honestidade e inocência com que vivencia situações comuns - mas que são capazes de despertar grandes emoções. Gildo - ou melhor, Silvana Rando, a autora - recebeu até o primeiro lugar do Prêmio Jabuti em 2010, na categoria ilustração, com o lançamento do primeiro livro, Gildo (Brinque-Book, 2010). 

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Na história, o elefante se vê confrontado - ou melhor, amarrado - ao seu maior medo: uma bexiga! Mas aos pouquinhos, consegue ir se aproximando dela de uma nova forma, brinca daqui, brinca de lá… até que não sente mais tanto medo - só um pouquinho. A fiel escudeira de Gildo é a barata Socorro, que surgiu no primeiro livro justamente para brincar com um dos grandes medos dos adultos: o de esbarrar em uma cascuda, especialmente se for voadora!

Depois dessa primeira aventura, surgiram várias outras - é preciso ter uma memória de elefante para não se esquecer de nenhuma! Gildo escreveu cartas para a amiga que mudou de escola em A carta do Gildo (Brinque-Book, 2018), virou irmão mais velho com o nascimento de Laurinha em A irmã do Gildo (Brinque-Book, 2019), se arriscou como autor em O incrível livro do Gildo (Brinque-Book, 2020), sobreviveu a um dia daqueles em Gildo está fora do ritmo (Brinque-Book, 2002) e ainda aproveitou um dia de sol com os amigos em O piquenique do Gildo (Brinque-Book, 2024). E não parou nos livros, não. Gildo virou jogo, virou série de TV… 

A Brinque-Book queria homenagear esse astro da casa em uma data tão importante - afinal, 15 anos é um marco também para um elefante! Por isso, convidamos o Gildo a nos dar uma entrevista ex-clu-si-va. E ele topou! Acontece que a barata Socorro descobriu os nossos planos, e quis ela mesma assumir o posto de entrevistadora… Mas tudo bem. Nada mais justo, afinal, ela está ao lado de Gildo desde o princípio!

A seguir, você confere como rolou essa entrevista tão especial entre amigos - que com certeza continuarão juntos pelos próximos 15 anos. 

 

Gildo e Maríl... quer dizer, a barata Socorro

Gildo e Maríl... quer dizer, a barata Socorro 

Socorro: 15 anos é uma data muito importante! Vai ter festa para comemorar? Vai me dizer que você pensou em fazer um daqueles bailes de gala com valsa e tudo…

Gildo: Festa vai ter sim! Mas baile de gala, Socorro? Já pensou eu de fraque, dançando valsa e pisando no pé de todo mundo? Melhor não...Eu prefiro uma festa com bexigas, brigadeiro e um monte de amigos.


Socorro: E como seria um dia de aniversário per-fei-to? O que não pode faltar?

Gildo: Um dia perfeito tem que ter: amigos, bolo de chocolate, presentes, sol para brincar no quintal, e ninguém lembrando de me fazer cantar parabéns alto porque eu fico tímido.


Socorro: E qual foi o presente que você pediu?

Gildo: Pedi uma cama elástica gigante. Mas não sei se vai caber no quintal...


Socorro: Como é saber que você está na casa de tantas crianças? Como é ser tão reconhecido por aí? Estampar um montão de livros? Eu te acompanho em tudo, mas será que seus amigos sabem que você é tão famoso?

Gildo: Eu acho incrível! Mas às vezes fico sem saber onde esconder a tromba de tanta vergonha. Meus amigos até sabem, mas eles não ligam muito. Eles querem mesmo é brincar comigo.


Socorro: Desde aquele dia em que você brincou com a bexiga, você não teve mais medo? Tem alguma coisa que ainda te dá muito medo hoje?

Gildo: Foi muito bom superar o medo de bexiga, Socorro. Eu tenho um pouco de medo de escuro, barata (brincadeira kkk), e de esquecer a lição de casa.


Socorro: E o que é que te traz muita alegria?

Gildo: Comer pipoca com meus amigos. E quando a Laurinha dá risada das minhas caretas.


Socorro: Eu achei que você ia responder que era fazer um piquenique com os seus amigos em um dia de sol... Aliás, se euzinha te convidasse para um piquenique, o que você levaria?

Gildo: Eu levaria suco de morango, melancia e um guarda-sol gigante, porque eu sou grande e não quero ficar todo queimado de sol.


Socorro: Você ainda toca tambor na banda da sua escola? Quais outros instrumentos você gostaria de aprender a tocar?

Gildo: Continuo no tambor, eu gosto muito. Mas eu queria aprender gaita. Já pensou, um elefante tocando gaita? Ia ser engraçado!


Socorro: Todos os seus amigos estão na banda também? Aliás, o que é preciso para ser seu amigo, Gildo?

Gildo: Pra ser meu amigo, só precisa gostar de brincar, dividir o lanche e não rir quando eu caio de bumbum no chão.


Socorro: Opa, peraí, que acabou de chegar uma carta de fã aqui pra você. “Querido Gildo, te vi na televisão. Me conta, como é que você conseguiu ficar tão pequenininho para caber dentro dela? Eu achei que todos os elefantes eram grandes. Com carinho, Bibo”. Conta mais pra gente sobre suas aventuras na televisão.

Gildo: Oi, Bibo! Eu também achei estranho. Acho que foi magia da televisão. Ou então eles apertaram um botão “diminuir elefante” no controle remoto.


Socorro: Vamos falar de família! Todo mundo ficou emocionado com o nascimento da sua irmã, Laurinha. O que mudou em você depois que ela nasceu - além de ter que dividir seu quarto, seus brinquedos e a sua mãe?

Gildo: Mudou que eu fiquei mais cuidadoso. Agora eu sou o irmão mais velho responsável. Só que às vezes eu esqueço e como o último biscoito sem dividir com ela.


Socorro: Você já deve ter escutado aquela pergunta chatona que os adultos fazem: “O que você vai ser quando crescer?” Então eu vou te perguntar: que tipo de elefante você quer ser? Ou que tipo de amigo você quer ser?

Gildo: Quero ser um elefante corajoso. Mas principalmente, um amigo que nunca solta a mão do outro, nem quando tem trovão.


Socorro: Você tem um grande sonho?

Gildo: Tenho! Quero ir para a lua. Imagina só: um elefante astronauta, pulando devagarinho por lá.


Socorro: E para encerrar: o que você mais gosta na sua amizade com a incrível e talentosa barata Socorro - no caso, eu.

Gildo: Eu gosto que você me escuta, Socorro. E que você é corajosa por nós dois. E também porque você sempre leva comida extra na bolsa!


(texto Naíma Saleh - com colaboração de Socorro e Silvana Rando)

 

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