5 livros para conhecer o estilo nonsense de Jon Agee

30/06/2025

Jon Agee cria  livros que invocam a perspectiva infantil, driblando o senso comum rumo ao fantástico. Esse nonsense todo próprio é referência para outros autores, como o argentino Joaquín Camp, também adepto de narrativas que extrapolam o real e surpreendem. Em seu mais recente livro, Meu pai é uma árvore (Pequena Zahar, 2025), uma menina convida o pai a se juntar a ela no jardim fingindo ser árvore. A ideia era poder passar o dia todo fora - como vivem as árvores. Surpreendentemente, o pai acaba mostrando um talento natural para ser árvore...

Ilustração de 'Meu pai é uma árvore'

O pai não achou que se sairia tão bem assim como árvore... Ilustração de 'Meu pai é uma árvore' (Pequena Zahar, 2025)

Autor e cartunista, Jon Agee disse em uma entrevista concedida em 2022 ao Blog Letrinhas: “Eu provavelmente gravito em torno de histórias desse tipo, histórias que debocham de maneira gentil de convenções e pontos de vista muito estáticos. O livro ilustrado, aliás, é o formato ideal para isso por conta da relação dinâmica entre palavras e imagens.” Abaixo, você conhece todos os livros dele publicados pelo grupo Companhia das Letras e, assim, um pouco do que toda a sua obra representa:

LEIA MAIS: Jon Agee e seus livros ilustrados cheios de humor


O muro no meio do livro (Pequena Zahar, 2019), de Jon Agee com tradução de Juliana Freire

Ilustração de 'O muro no meio do livro'

Dizem que um lado do livro é perigoso. Por isso há um muro no meio do livro. E por isso também é que o pequeno cavaleiro quer se manter do oooutro lado, para ficar a salvo. Mas e se nem tudo for o que parece? Neste livro, vemos os perigos se aproximando do pequeno cavaleiro, que demora a perceber o que está acontecendo, e descobrimos que a gentileza às vezes pode surgir dos lugares mais improváveis… 

 

Vida em Marte (Pequena Zahar, 2020), de Jon Agee com tradução de Ana Tavares

Ilustração de 'Vida em Marte'

O astronauta aterrissa em Marte com uma certeza: há vida ali. Ele começa a percorrer o inóspito planeta cheio de convicção, mas depois de quilômetros e quilômetros, não encontra nada… Mas o leitor encontra! Finalmente o astronauta acha o que estava buscando: sim, uma flor em Marte! Sim, havia vida ali. Então, ele se prepara para regressar com a prova que precisava. Mas a história ainda não acabou…Uma narrativa que atiça a curiosidade e ainda tem um plot twist de-li-ci-o-so. 


Eu quero um cachorro (Pequena Zahar, 2020), de Jon Agee com tradução de Ana Tavares

Ilustração de 'Eu quero um cachorro'

Uma garotinha vai ao abrigo de animais porque quer adotar um cachorro. Só que o homem que a recebe oferece todo tipo de bicho para tomar o lugar do cão desejado: uma serpente, um tamanduá, um filhote de babuíno… e menina vai dizendo “não, não e não!” a todos eles. Ela sabe bem o que quer: ela quer um cachorro! Na divertida dinâmica que se instaura, há uma inversão de papéis: o adulto é que assume a fantasia e se deixa levar pelo absurdo, enquanto a menina se mostra prática e se apega ao racional. Mas no fim, não é que o homem tinha um pouco de razão?


A incrível pintura de Félix Clousseau (Pequena Zahar, 2023), de Jon Agee com tradução de  Dani Gutfreund

Ilustração de 'A incrível pintura de Felix Clousseau'

Um desconhecido pintor cheia de ousadia se inscreve para participar de um grande salão de arte. E é assim que o quadro de um pato ganha um lugar para chamar de seu no Palácio Real de Paris. A princípio, os críticos arrancam os cabelos porque não entendem como foi que aquele quadro foi parar em um lugar de tanto prestígio. Mas tudo muda quando o pato - e outras obras do pintor - ganham vida. Brincando com as fronteiras entre o real e o imaginário para definir o que faz de uma obra de arte uma obra de arte, eis um livro bem humorado, que evoca reflexões profundas com leveza.

 

LEIA MAIS: Afinal, o que é arte?


Meu pai é uma árvore (Pequena Zahar, 2025), de Jon Agee com tradução de Ana Tavares

Ilustração de 'Meu pai é uma árvore'

“Vamos lá, 

papai, vamos 

ser árvores!

Faça de conta

que seus braços

são galhos, seu

corpo é o tronco,

suas pernas são

raízes, e então

fique parado no

mesmo lugar.”

Esse é o convite de Madalena para o pai. Ele, então, se coloca imóvel, de pé, com os braços abertos. Mas o que era para durar só um minuto, acaba se estendendo. Primeiro uma corujinha pousa no braço dele e se aninha. Depois um sabiá-laranjeira faz um ninho em cima da cabeça do pai… e mais bichos vão chegando. E assim, o homem descobre que pode ser uma árvore muito boa…

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