Dia das mães: a literatura que celebra diferentes formas de maternar

07/05/2025

Não, mãe não é tudo igual.

Nem muda só o endereço.

Toda mãe é única e se relaciona com cada filho de uma forma diferente. Há muitas e muitas formas de maternar - e nenhuma delas faz de uma mãe menos mãe.  Fizemos uma seleção de livros que falam do maternar em diferentes formas: às vezes com pura entrega e aconchego, às vezes mostrando a importância de lutar pelos próprios sonhos além da maternidade, às vezes sendo pura força. Mães da literatura que ultrapassam a ficção e podem, também, contar as histórias de mães reais:


Mãe que é colo e afeto


Berço, balanço, colinho, neném (Brinque-Book, 2025), de  Tieza Tissi e Rafaela Deiab, com ilustrações de Clara Gavilan

Ilustração de Berço, balanço, colinho, neném

O amor se imprime nos pequenos cuidados do dia a dia. E ainda que um bebê não se lembre desses primeiros anos, acredite: ele sente. Neste livro cheio de ilustrações coloridas e com muito afeto, acompanhamos pelo olhar do bebê um dia comum. Os detalhes imprimem o cuidado em cada canto, na rotina onde não falta colinho e balanço.


Macaco danado (Brinque-Book, 1999) de  Julia Donaldson com ilustrações de Axel Scheffler e tradução de Gilda de Aquino

Ilustração de Macaco Danado

Um macaquinho procura pela mãe, com a ajuda de uma borboleta. Mas que difícil é encontrá-la! A mamãe macaca tem um rabo comprido… mas não como a cobra. Salta, mas não como o sapo. É maior que o macaquinho, mas não tão grande como o elefante. Vive no topo das árvores, mas não é arara. A confusão se dá na tentativa de descrever a mãe… afinal, o macaquinho não tinha falado o principal: sua mãe se parecia com ele!


Qual é a cor do amor? (Brinque-Book, 2025), de  Linda Strachan com ilustrações de David Wojtowycz e tradução de Gilda de Aquino

 

Capa de 'Qual é a cor do amor?'

O elefantinho quer saber: qual é a cor do amor? Ele sai perguntando a cada animal que encontra - do macaco ao tigre, do leão ao sapo. Mas cada um responde uma coisa. No final, ele encontra a resposta que tanto queria ao perguntar para aquela que sempre sabe das coisas: a mamãe elefante!


A casa dos beijinhos (Companhia das Letrinhas, 2024), de Claudia Bielinsky com tradução de Amelinha Nogueira

https://www.companhiadasletras.com.br/livro/9786554850667/a-casa-dos-beijinhos-nova-edicao ?utm_source=blog-da-letrinhas&utm_medium=blog-letrinhas&utm_campaign=a-casa-dos-beijinhos-nova-edicao&utm_id=Dia-das-maes-a-literatura-que-celebra-diferentes-formas-de-maternar

O ursinho está em busca de beijinhos. E procura em todo canto… Mas só encontra beijinhos que não eram exatamente o que ele estava esperando. Adivinha só de quem é o melhor beijinho que há... Um livro com rimas fáceis e abas que despertam a curiosidade dos leitores pequeninos e deixam a leitura mais divertida.


Laila e Jasmim (Escarlate, 2024), de Guilherme Semionato

https://www.companhiadasletras.com.br/livro/9786587724478/laila-e-jasmim?utm_source=blog-da-letrinhas&utm_medium=blog-letrinhas&utm_campaign=laila-e-jasmim&utm_id=Dia-das-maes-a-literatura-que-celebra-diferentes-formas-de-maternar

Laila e Jasmim são melhores amigas. E passam juntas por uma fase desafiadora e cheia de dúvidas: a adolescência. As mães das duas são muito presentes, especialmente Margarida, mãe de Jasmim. São figuras sempre dispostas a ouvir, que acolhem sem sufocar, dando asas às meninas. É Margarida quem, em um momento de insegurança da filha, toma a iniciativa que vai mudar o curso dos acontecimentos; suavemente, ela empurra Jasmim pra fora do ninho, mas sem negar acolhida.

 

Mãe que é pura potência


Bateção (Pequena Zahar, 2025), de Josias Marinho

Ilustração de 'Bateção'

O autor se inspira nas memórias que guarda da mãe para nos conduzir pelo rio em uma jornada poética, testemunhando o fenômeno da bateção, quando pássaros mergulham nas águas para se alimentar. Nós, como leitores, também mergulhamos no Brasil dos quilombolas, do rio como centro de uma vida inteira, da reverência à natureza e das tradições que vão passando de mãe para filhos.

 

Azul Haiti (Companhia das Letrinhas, 2025), de Paty Wolff

Ilustração de Azul Haiti

Pelos olhos do filho é retratada a jornada de migração de uma mãe. A história de uma família que sai do Haiti e chega ao Brasil para firmar raízes é o retrato da vida de muitas mães e muitos filhos em várias partes do mundo. A criança, que nasceu em terras tupiniquins mas também carrega em si uma parte da pátria que ficou para trás, olha para mãe e vê nela a coragem e as lágrimas que fazem parte de todo grande recomeço.


Mamãe zangada (Companhias das Letrinhas, 2025), de Jutta Bauer, com tradução de Sofia Mariutti

Ilustração de Mamãe zangada

Que mãe nunca perdeu a calma? Aconteceu até com mamãe pinguim. Ela gritou tanto que o pequeno pinguim se despedaçou em pleno ar - e cada parte dele foi parar em um canto diferente.  Um clássico, que nos faz sentir um aperto no peito, mas também o alívio de saber que não há nada mais humano do que ensinar aos filhos que nem as mães são perfeitas. 

 

A melhor mãe do mundo (Companhia das Letrinhas, 2022), de  Nina Rizzi com ilustrações de Veridiana Scarpelli

Ilustração de A melhor mãe do mundo

A criança nos fala da mãe como uma figura que está sempre perto -  mesmo distante. Uma mãe que sempre fez de tudo pelo filho e pelos outros - embora aos olhos da sociedade esteja muito longe do que se espera de uma mãe. Uma obra em que as imagens vão revelando o que as palavras não dizem, tecendo uma narrativa surpreendente, sensível e tão, tão real.


Uma carta para o pirata (Companhia das Letrinhas, 2022), de Mari Bigio com ilustrações de Rodrigo Chedid

Ilustração de Uma carta para o pirata

Você já ouviu falar de um pirata que não sabe nadar? Pois o desta história não sabe, mesmo sendo o capitão do navio. De uma hora para outra, ele decide dar uma virada: manda vir um professor de natação, deixa para trás as paixões pelas sereias e a pirataria… O incentivo por trás da mudança só poderia ser ela: a mãe do capitão. Uma obra que faz parte da Coleção Canoa, que oferece literatura de qualidade a preços acessíveis, e que reforça o que todo mundo já sabe: a mãe tem sempre razão!

 

Mãe suficientemente boa


Onde vivem os monstros (Companhias das Letrinhas, 2023), de  Maurice Sendak com tradução de Heloisa Jahn

Ilustração de Onde vivem os monstros

Quando Max colocou sua fantasia de lobo e saiu pela casa fazendo bagunça, a mãe perdeu a paciência e chamou o filho de ‘Monstro’. “Oras, isso não é algo que as mães deveriam fazer”, você pode pensar. Sim, mas às vezes fazem. Nesta história, a mãe ainda manda o menino para o quarto sem jantar - e é assim que tem início uma jornada selvagem de autoconhecimento, que explora os sentimentos, medos e vontades que dão contornos à infância. Um clássico que marcou gerações e que acaba com um jantar - ainda quentinho - esperando por Max.


Quando você sai (Pequena Zahar, 2024), de Gastón Hauviller com tradução de Ana Tavares

https://www.companhiadasletras.com.br/livro/9788567100494/quando-voce-sai ?utm_source=blog-da-letrinhas&utm_medium=blog-letrinhas&utm_campaign=quando-voce-sai%C2%A0%C2%A0&utm_id=Dia-das-maes-a-literatura-que-celebra-diferentes-formas-de-maternar

Nesta narrativa ricamente ilustrada, a vivência de uma criança que sente a ausência da mãe ganha contornos fantásticos. Quando ela sai, embora o texto diga que nada acontece, o universo doméstico é tomado por selvageria e descontrole, em uma alegoria poética do que é capaz de despertar a ansiedade da separação. Um livro para todas as crianças que sentem falta da mãe e para todas as mães que sabem como a falta também é necessária.


O lenço de cetim da mamãe (Companhia das Letrinhas, 2024), de Chimamanda Ngozi Adichie com ilustrações de Joelle Avelino e tradução de Nina Rizzi

O-lenco-de-cetim-da-mamar

Quando a mãe sai de casa, ela deixa com a filha o seu lenço. Nas culturas africanas, esse item não é só um adereço, é símbolo da ancestralidade, faz parte do autocuidado com os cabelos e carrega muitas muitas histórias. Enquanto a menina brinca com o lenço, explorando diferentes possibilidades, celebra o afeto que passa de tantas mães para tantas filhas.


A mamãe do pintinho (Companhia das Letrinhas, 2023), de Heena Baek, com tradução de Ara Cultural

Ilustração de 'A mamãe do pintinho'

Amor é construção. Até mesmo o amor de mãe. Na contramão de um amor automático e avassalador, a gata Inhá inesperadamente “dá a luz” a um pintinho. Justo ela, acostumada a se deliciar com ovos e infernizar as galinhas. Enternecida por aquela cabecinha macia, Nhiá, antes “egoísta, gorda e faminta”, agora se vê rendida a esse sentimento estranho de aprender a querer e cuidar.

 

Mãe que está perto mesmo longe


Amanhã (Pequena Zahar, 2022), de Lúcia Hiratsuka

Amanhã

Mães transmitem a nós muito mais do que nossos traços físicos. “Amanhã tem escola?” Partindo de uma mesma pergunta, três meninas traçam diferentes caminhos no tempo e no espaço com um destino comum, mostrando como diferentes gerações permanecem conectadas. 

 

Liz sem medo (Escarlate, 2024), de Martha Batalha com ilustrações de Joana Penna

Liz sem medo

Quando Liz perde a mãe subitamente, ela vê sua vida mudar por completo. A família troca o apartamento na cidade pela casa de uma avó, que é quase uma desconhecida, praticamente no meio do mato. Mas a menina encontra em sua imaginação e nas lições deixadas por sua mãe uma verdadeira fortaleza.

 

O homem-cão e a mamãe dos ventos uivantes (Companhia das Letrinhas, 2022), de Dav Pilkey com tradução de André Czarnobai

Ilustração de O homem-Cão: mamãe dos ventos uivantes

O 10º volume da saga do herói meio homem, meio cão toca em temas profundos. O poder e a influência da mãe entram em foco na visita ao passado do gato Pepê. agora um ex-vilão, que foi abandonado pelo pai, mas pode se abastecer do amor da mãe. Um sentimento que continuou ecoando mesmo depois que ela se foi. O luto e a forma como ele pode ser elaborado também são temas complexos, tratados de forma acessível e delicada para as crianças. 


Mãe que não abre mão de buscar a felicidade 


Você se lembra? (Pequena Zahar, 2025), de Sydney Smith com tradução de Paula Marconi de Lima

https://www.companhiadasletras.com.br/livro/9788567100654/voce-se-lembra?utm_source=blog-da-letrinhas&utm_medium=blog-letrinhas&utm_campaign=voce-se-lembra&utm_id=Dia-das-maes-a-literatura-que-celebra-diferentes-formas-de-maternar

Um menino e sua mãe são cúmplices de lembranças. Aconchegados, juntinhos, eles vão recordando memórias que parecem agora pertencer a uma outra vida, muito distantes. Agora são só os dois. O exercício de lembrar invoca saudade, alegria e dor, mas acima de tudo, fortalece o invisível que une para sempre mãe e filho.

 

Lá e aqui (Pequena Zahar, 2015), de Odilon Moraes e Carolina Moreyra 

Lá e aqui

Quando uma casa vira duas, tudo muda para a família. Em um livro ilustrado icônico, o divórcio é tratado com sensibilidade, não como o fim de uma família, mas como uma oportunidade de inventar um novo lar. Um livro para falar da dor que muitas vezes acompanha a vontade de ser feliz outra vez. 


Almoço de família (Companhia das Letrinhas, 2023), de Janaina Tokitaka 

Ilustração de Almoço de família

É à mesa que testemunhamos o crescimento da pequena Maya. Ela, pouco a pouco, vai mudando de prato favorito, conforme vai mudando seu paladar. E sua família, conforme passa o tempo, vai mudando também - mas nunca deixa de ser família. Um livro para pensar como a maternidade é permanente e como as mães continuam sendo sujeitos além dos filhos.


Mãe que é gente como a gente


Mamãe está cansada (Companhia das Letrinhas, 2023), de Vanessa Barbara com ilustrações de Laura Trochmann

Ilustração de Mamãe está cansada

Na volta da escola, a mãe está cansada. Mas a menina está cheia, CHEIA de energia. Soa familiar? A pequena perambula pela casa com mil ideias de brincadeiras - quase todas envolvendo um bocado de bagunça. Mas como a mãe vai entrar na brincadeira? Um livro para todas as mães tão cansadas que sentem que há dias em que não há muito a oferecer.

Quando a mamãe virou um monstro (Brinque-Book, 2002), de Joanna Harrison com tradução de Gilda de Aquino

Capa de Quando mamãe virou um monstro

Bastou um telefonema para que a mamãe ficasse diferente: os primos avisaram que estavam vindo para comer. Imediatamente, a mãe começou a botar tudo em ordem… enquanto as crianças bagunçaram o quarto inteiro. E aí, as coisas foram só ficando mais tenebrosas: as crianças tentam brincar, mas só causam mais desordem. E a mãe, cada vez mais irritada, e vai ganhando traços de monstro - mãos, juba, focinho…. A história, narrada pelo ponto de vista ingênuo das crianças, traz leveza a uma realidade que todas as mães conhecem: a sobrecarga. 

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